Não é segredo que os espaços de coworking estão a surgir um pouco por todo o país e que a sua expansão regional é cada vez mais rápida. Incentivadas pelas iniciativas governamentais e pela vontade das empresas de oferecer aos seus empregados soluções cada vez mais alternativas, as grandes marcas de coworking continuam a expandir-se. É o caso do novo espaço Spaces do Groupe IWG, inaugurado em Montpellier em dezembro último. Os espaços de coworking contribuem para a revitalização dos bairros, estimulam a renovação económica, criam laços sociais, atraem talentos e apoiam as empresas locais, o que faz deles verdadeiras alavancas de revitalização económica. A sua flexibilidade, a sua capacidade de reunir comunidades profissionais mistas e o seu impacto no tecido económico fazem deles actores-chave no reforço das economias locais. Explicamos porquê e como em pormenor!

Coworking: um modelo que está a conquistar novos territórios!

A evolução do mundo do trabalho é cada vez mais forte. Se o coworking é hoje um modo de trabalho amplamente adotado e recomendado, os modelos estão em constante evolução.

Em Paris e na Île de Lea, o modelo está a evoluir para um nível superior, oferecendo serviços de alta qualidade aos trabalhadores de grandes grupos. Na Bélgica, o fenómeno está também a ganhar força, nomeadamente em cidades como Bruxelas, Antuérpia e Gand, onde o coworking se desenvolve a um ritmo acelerado, impulsionado por uma procura crescente de flexibilidade e de inovação no espaço de trabalho.

Nas regiões, a procura está a crescer. As grandes metrópoles regionais, como Lyon, Lille e Bordéus, estão a impulsionar o mercado e a tornar-se o novo palco do coworking. IWG, Startway, Flex-O, Hiptown, Now Connected, Newton Offices... todos os grandes actores do coworking estão presentes e fazem dele uma prioridade para o seu desenvolvimento.

O mesmo entusiasmo pelo coworking pode ser observado nas cidades belgas, onde os actores locais e internacionais, como a Silversquare e o Office Center, estão a estabelecer cada vez mais os seus espaços, reforçando o dinamismo do mercado belga.

Numa entrevista recente, Christophe Burckart, Diretor Geral da IWG França, confidenciou que " estimamos o nosso potencial para toda a França em 1.100 centros ", antes de confirmar o seu desejo de se expandir para as 15 maiores cidades francesas.

De facto, se a FDI representa 37,08% daoferta de coworking em França (+3,37%), as metrópoles regionais apresentam um crescimento muito encorajador. A pandemia teve um impacto considerável nas estratégias imobiliárias das empresas, levando-as a reorientar alguns dos seus escritórios em Paris, ao mesmo tempo que procuravam estabelecer novos espaços nas regiões. Este movimento é alimentado pelo desejo de um acesso fácil à rede ferroviária, que permita deslocações rápidas para as províncias. Esta mudança reflecte-se num aumento significativo da procura de espaços de escritórios flexíveis em Paris, com um aumento de 20%, enquanto La Défense regista uma diminuição de 8%.

Expansão de Le Bureau Flexible: As metrópoles regionais estão a crescer

As metrópoles situadas a uma ou duas horas de comboio de Paris são as principais beneficiárias desta tendência. Lyon e Bordéus, em particular, registaram um aumento significativo da procura.

Esta dinâmica ultrapassa igualmente as fronteiras de França, com cidades como Antuérpia e Lea, na Bélgica, a beneficiarem desta evolução. O principal desafio consiste agora em multiplicar o número de actores que propõem soluções de escritórios flexíveis nas províncias francesas, a fim de responder à procura crescente e alargar a oferta de forma rápida e maciça.

Esta evolução reflecte não só uma adaptação às novas preferências dos trabalhadores, que privilegiam a flexibilidade e a diversidade dos locais de trabalho, mas também uma estratégia destinada a atrair talentos de fora da região parisiense. Ao concentrarem os seus esforços nas metrópoles regionais, as empresas podem oferecer aos seus empregados uma escolha de localização, estimulando simultaneamente o desenvolvimento económico local. O mercado de escritórios flexíveis nas províncias deverá expandir-se ainda mais com o aparecimento de actores especializados nestas regiões.

Como é que o coworking é apoiado pela ação pública?

Em fevereiro de 2018, por iniciativa do Ministério da Coesão Territorial francês, a Fondation Travailler Autrement iniciou a primeira "Missão Coworking: Territoires, Travail, Numérique". Os principais desafios consistiam em identificar os modelos empresariais mais bem sucedidos no território e iniciar uma transição para a renovação do mundo profissional, apoiando simultaneamente o desenvolvimento regional.

Na Bélgica, foram criadas iniciativas semelhantes para encorajar o desenvolvimento de tais espaços, reconhecendo o seu valor no apoio ao crescimento económico regional. Alguns anos mais tarde, e tendo em conta o crescimento exponencial do coworking em França e na Bélgica, as iniciativas continuam. Na Bélgica, foram postas em prática iniciativas semelhantes para incentivar o desenvolvimento de tais espaços, reconhecendo o seu valor no apoio ao crescimento económico regional.

Em 2019, por exemplo, o governo lançou o projeto "New Places, New Links", reconhecendo os espaços de coworking como um serviço público. O objetivo, desta vez, é apoiar as marcas que se queiram instalar nas regiões. Atualmente, cerca de 46% dos espaços de coworking estão localizados fora das áreas metropolitanas. Este facto evidencia o papel crucial desempenhado pelos espaços de coworking no desenvolvimento da interação e da prosperidade local em França e na Bélgica. Estes espaços tornaram-se actores-chave na transição ecológica e digital das regiões.

Em 2023, foi também criado um Conseil National des Tiers Lieux no âmbito do projeto Fabrique des Territoires, e foi lançada uma AMI permanente de 45 milhões de euros. O desafio? Acelerar o desenvolvimento de 300 novos espaços, incluindo 150 em bairros prioritários.

Os espaços de coworking nas regiões fazem muito mais do que simplesmente organizar o trabalho. Contribuem efetivamente para o desenvolvimento local. La Maison du Coworking indica que, em2030, 8 a 13% dos empregos estarão associados a espaços de trabalho flexíveis.

Enumerámos alguns outros números interessantes, mas em vez de escolher apenas um ou dois, deixamo-lo descobrir a economia dos terceiros lugares e do coworking graças à infografia muito instrutiva de France Tiers Lieux.

E se o coworking regional não existisse?

Se o coworking não existisse, as regiões francesas e belgas sofreriam várias consequências importantes. Em primeiro lugar, o dinamismo económico local seria afetado, uma vez que os espaços de coworking são motores de atividade, fomentando o empreendedorismo, a inovação e a criação de emprego.

Na ausência destes espaços de colaboração, os talentos e as competências poderiam ser menos atraídos para as regiões, uma vez que o coworking oferece um ambiente propício à colaboração e à criatividade, elementos essenciais para o crescimento económico. Isto poderia tornar as regiões menos atractivas para os profissionais que procuram um equilíbrio entre vida profissional e pessoal.

Além disso, o coworking desempenha um papel fundamental na transição digital das regiões. Ao oferecer infra-estruturas modernas e conectadas, estes espaços contribuem para o crescimento das empresas locais num contexto de transformação digital. Sem coworking, as regiões poderiam estar menos bem equipadas para enfrentar os desafios do mundo digital.

A ausência de instalações de coworking teria, por conseguinte, um impacto desastroso na atividade económica, na atratividade das regiões e na capacidade de adaptação dos territórios aos desafios da revolução digital.

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