Quer pretenda melhorar o desempenho energético dos seus activos imobiliários, reduzir a sua pegada de carbono, melhorar o bem-estar dos seus utilizadores... ou talvez todas as anteriores, as empresas são hoje obrigadas a fazer esforços substanciais na área da RSE (Responsabilidade Social das Empresas). A legislação foi reforçada e até estruturada em 2023, deixando pouca margem para interpretações casuais. Quais são as normas mais populares? Os espaços de coworking podem contribuir para os esforços de RSE de uma empresa? São uma alternativa mais sustentável? Eis algumas respostas.
A União Europeia coordena a estruturação do sector imobiliário
Atualmente, a maioria das empresas procura otimizar os seus edifícios numa base sustentável e tem como objetivo o desempenho ambiental. Como os edifícios são uma das maiores fontes de consumo de energia na Europa, é crucial mudar os nossos modelos de negócio.
A Diretiva da União Europeia relativa ao desempenho energético dos edifícios (EPBD ), que deverá entrar em vigor em 2021, defende que trabalhar no desempenho energético dos edifícios reduzirá drasticamente o seu impacto ambiental. O desempenho reduziria drasticamente as emissões de CO2, combateria a pobreza energética e reduziria a vulnerabilidade das pessoas aos preços da energia. A grande ambição da UE é atingir o objetivo de emissões zero de carbono até 2050, mas ainda há um longo caminho a percorrer. Desde a criação da UE, a legislação tem sido estruturada, reforçada e aperfeiçoada para responder às realidades de cada mercado e às ambições de cada país. A diretiva CSRD, que incide sobre o desempenho dos edifícios, é hoje uma legislação de referência, impondo a harmonização e a transparência dos dados ESG(Environmental, Social and Governance) publicados. Entre as muitas outras iniciativas desenvolvidas a nível europeu para atingir a neutralidade carbónica, podemos também mencionar a Race to Zero, apoiada pelas Nações Unidas, a Cop 27 e oAcordo de Paris.
A Taxonomia Europeia, por seu lado, estabelece regulamentações e classificações específicas para todas as actividades económicas, com base em critérios científicos muito precisos. critérios baseados na mitigação das alterações climáticas, adaptação, água, economia circular, poluição e biodiversidade. Isto permite reconhecer as actividades que têm um impacto ou são sustentáveis.
Quais são as normas e os rótulos do sector imobiliário sustentável?
No panorama do imobiliário sustentável, a procura de normas e rótulos está a tornar-se um imperativo para os intervenientes no sector. Vejamos quais são os principais rótulos a procurar:
BREEAM (Building Research Establishment Environmental Assessment Method)
Este rótulo britânico reconhecido internacionalmente avalia o desempenho ambiental dos edifícios, tendo em conta diversos critérios como a gestão da energia, a qualidade do ar interior e a gestão da água. O objetivo do BREEAM é garantir uma construção amiga do ambiente desde a conceção até à entrega.
HQE (Alta Qualidade Ambiental)
Obrigatório em França, o rótulo HQE adopta uma abordagem holística para avaliar a qualidade ambiental dos edifícios. Da eco-construção à gestão sustentável, abrange um vasto espetro que inclui energia, saúde, conforto e gestão de resíduos.
Effinergie
Este rótulo francês centra-se no desempenho energético dos edifícios novos ou renovados. Distingue vários níveis, desde o BBC (Bâtiment Basse Consommation) até à Maison à Énergie Positive, incentivando a construção eficiente em termos energéticos.
BEPOS (Edifício Energia Positiva)
Esta norma faz parte de uma visão arrojada do futuro, encorajando os edifícios que produzem mais energia do que consomem. Uma abordagem ambiciosa para reduzir a pegada de carbono do sector imobiliário.
B-Corp para Benefit Corporation
Lançado em 2006 nos Estados Unidos, este rótulo certifica e promove as empresas com um impacto social e ambiental positivo.
Norma WELL Building
Colocando o bem-estar dos ocupantes no centro da sua avaliação, a WELL mede o impacto dos edifícios na saúde física e mental. Este rótulo internacional promove ambientes interiores saudáveis, com ênfase na qualidade do ar, nutrição e ergonomia.
LEED (Leadership in Energy and Environmental Design)
Originário dos Estados Unidos, o rótulo LEED é atualmente utilizado em todo o mundo. Classifica os edifícios de acordo com o seu desempenho energético e ambiental, incentivando a utilização de materiais sustentáveis e práticas responsáveis.
Cada um destes rótulos e certificações dá um contributo único para a criação de edifícios amigos do ambiente e para a construção de um futuro sustentável. Ao fazerem escolhas informadas, os actores do sector imobiliário podem moldar uma paisagem construída mais verde e mais ética.
Como é que os espaços de coworking contribuem para os esforços de RSE das empresas?
Já bem conscientes da questão, os espaços de coworking e de escritórios flexíveis terão de enfrentar requisitos de RSE cada vez mais rigorosos até 2024. Em particular, terão de ajudar a reduzir a pegada de carbono das empresas. Alguns intervenientes, como a Morning e a Deskeo, já desenvolveram iniciativas para apoiar esta mudança.
A Morning, por exemplo, criou uma pontuação de impacto para os seus espaços, que é um rácio entre as emissões de CO2 dos seus espaços e a área de superfície do local de trabalho. O objetivo declarado? Ficar abaixo dos 35 kg de CO2. O da Deskeo baseia-se na implementação de uma pegada de carbono para todas as suas actividades. A marca descobriu que 20% das emissões eram geradas pelo mobiliário, o segundo maior item de consumo depois dos utilizadores. Assim, a marca de coworking comprometeu-se a reutilizar os materiais e a prolongar a vida útil dos seus equipamentos. Uma iniciativa louvável!
Finalmente, não esqueçamos o impacto social que os espaços de escritório flexíveis podem ter, uma vez que, de acordo com um estudo recente, 60% dos utilizadores sentem que os espaços de coworking promovem o seu bem-estar! Tendo isto em conta, o famoso slogan "A energia é o nosso futuro, vamos poupá-la" continua a ser tão atual como sempre. Cabe a cada um de nós redobrar os nossos esforços diários, tanto em casa como no trabalho, para ajudar a travar o aquecimento global. As 10 dicas ecológicas aqui apresentadas têm o duplo objetivo de preservar o nosso planeta e envolver todos os seus colaboradores numa abordagem de RSE.
Quer pretenda melhorar o desempenho energético dos seus imóveis, reduzir a sua pegada de carbono ou garantir o bem-estar dos seus utilizadores, 2024 é o ano em que as empresas são chamadas a redobrar os seus esforços em termos de Responsabilidade Social das Empresas (RSE). A legislação, agora estruturada e reforçada, impõe obrigações substanciais aos actores do sector imobiliário. Escolher o caminho do imobiliário sustentável em 2024 significa comprometer-se com um processo meticuloso, informado por normas e rótulos e apoiado por uma comunidade de actores determinados a moldar um futuro construído com base em princípios ecológicos e éticos. O imobiliário de amanhã começa com escolhas responsáveis e acções concertadas para um futuro mais sustentável.
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